08 Dez Potência normalizada ou Potência média?
Para ciclistas, triatletas e runner’s, a potência normalizada (NP – normalized power) é uma das métricas mais importantes e que carece de ser bem entendida, pois o seu contributo para a eficácia do treino é enorme.
Embora a sua compreensão pareça complexa é de crucial entender o que é a Potência Normalizada, e dar menos impotância a indicadores básicos e menos interessantes, como a Potência Média.
Assim, como treinadores, devemos ter um olhar fisiológico para cada parâmetro do treino, de forma a contextualizar e dar sentido ao propósito de cada treino e, nomeadamente, compreender a importância da NP.
Para desenvolver um estado de forma, é necessário submeter o atleta ao ”stress” (TSS) de diferentes sessões de treino. É a recuperação desse “stress” que transforma os nossos atletas e os leva a adaptarem-se, assimilar as cargas impostas, tornando-se mais fortes e resistentes, e assim, capazes de se submeterem a novo ciclo de treino, de maior intensidade/exigência.
As componentes do “stress” de treino são a intensidade, duração e frequência! Ou, ainda melhor:
- que intensidade?
- durante quanto tempo?
- com que frequência?
Ou seja, falamos do “quão” difícil tem sido o treino nas últimas semanas. Situação que era difícil de aferir antigamente, mas que hoje em dia, com o recurso a potenciómetros, nos é facilitada pela análise do impacto desse “stress” quer pelo treino planeado e quer realizado. A potência traduz directamente o output de esforço do atleta, ao invés da FC, por exemplo, que traduz apenas o quanto nos estamos a esforçar (com o handicap de ser facilmente influenciável por inúmeros factores que invalidam muitas vezes a interpretação do treino).
A potência média traduz a média da variação da potência.
Analisar a oscilação da potência num determinado tempo é bastante simples. À primeira vista parece uma óptima forma de analisar um esforço, contudo é uma leitura bastante limitada.
Por exemplo:
Se rolarmos durante 1 hora com pouca ou nenhuma variação na produção de força – teremos por exemplo uma potência média de 200 watts. Porém, se na mesma hora realizarmos um percurso acidentado com vários intervalos (10 a 15) curtos (1’) entre 300 e 400 watts, com recuperações abaixo dos 200 watts, poderemos ter também uma potência média de sensivelmente 200 watts.
Analisando ambos os treinos com média de 200 watts, verificamos que a segunda opção deixa o atleta muito mais cansado e com necessidade de uma recuperação maior. Assim, do ponto de vista fisiológico, a potência média não é de todo suficiente para analisar o treino, pois não é tão sensível às recuperações de ritmo!! É aqui que verificamos a pertinência da utilização de uma outra métrica mais avançada para análise do esforço.
Potência Normalizada (NP)
É determinada através de um algoritmo complexo. Para simplificar a sua interpretação devemos ter mente que a NP tem em consideração no seu cálculo como são as variações de intensidade e o respectivo custo fisiológico que as mesmas representam para esse atleta. Ou seja, não se trata da média aritmética simples da variação da potência, mas sim, traduz o quanto difícil é para o atleta em questão essa variação de ritmo. Por isso mesmo, não é um valor absoluto, mas sim relativizado ao sujeito.
Assim, num esforço com grande variação de intensidade, a NP pode ser muito maior que a potência média. Uma NP elevada indica que fisiologicamente o treino foi mais exigente, do que a potência média pode indicar.
Devemos então dar especial importância à potência normalizada na medida em que a mesma é a utilizada para estimar o stress provocado pelo treino (TSS), e tem em consideração no seu cálculo o FTP/Lan do atleta.
O grande desafio para o treinador é planear para cada atleta a intensidade, duração e frequência de treino óptima, bem como a recuperação ideal, para maximizar a adaptação e condicionamento físico do atleta.
Muitos factores contribuem para o desempenho de cada atleta, a potência normalizada consegue-nos quantificar com mais rigor o esforço individual. Com o recurso à NP tanto o treinador pode planear melhor, como o atleta conduz o seu treino com dados mais fidedignos.
Através da potência normalizada, a dinâmica treino – recuperação fica personalizada às necessidades de cada um: maximizamos o tempo necessário para um atleta atingir a forma desejada e a alcançar os seus objectivos.
Exemplo real de um Atleta no Tour:
- Contra relógio individual de 22,5 kms
Potência média – 378 watts (6,0 watts/kg)
Potência normalizada – 389 watts (6,16 watts/kg)
Diferença: 3,2%
- Etapa em linha 181 kms
Potência média – 219 watts (3,78 watts/kg)
Potência normalizada – 292 watts (4,63 watts/kg)
Diferença – 33%
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Bons Treinos
Tiago Aragão
Centro Treino Avaliação Desportiva
tiagoaragao.com
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Assessoria em Treino Desportivo – CICLISMO | TRIATLO | RUNNING | ULTRA
Biomecânica(BikeFit) – Massagem/Fisioterapia – Nutrição – Personal Training
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Web: tiagoaragao.com
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