Electroestimulação e Treino em Ciclismo e Atletismo

Nunca como hoje a electroestimulação foi tão utilizada na preparação física e recuperação de atletas, de diferentes modalidades desportivas e nível competitivo.

Cada vez mais atletas de elite têm como parte importante da sua preparação o recurso à tecnologia Compex, quer durante a sessão de treino, quer na fase de recuperação/regeneração.

Vários estudos já comprovaram o aumento da força/potência, bem como melhorias significativas na resistência aeróbia na recuperação, aquando da aplicação apropriada de técnicas de electroestimulação (EMS).

Como funciona?

Sempre que fazemos uma contração muscular voluntária, o nosso cérebro envia um impulso eléctrico até aos músculos envolvidos, desencadeando um potencial de ação. Este potencial de ação que se espalha ao longo do nervo motor vai originar no final do seu percurso a contração das fibras musculares e consequente movimento.

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A fisiologia da contração muscular e do próprio metabolismo do músculo fornecem-nos informações importantes acerca da sua constituição em termos de tipos de fibras (as de contração rápida e lenta). Os aparelhos de EMS trabalham na especificidade do metabolismo muscular a que corresponde o desenvolvimento de diferentes objectivos de treino. A frequência a que ocorre a repetição de cada impulso eléctrico, a duração de cada contração, o período de descanso entre contrações e a duração de cada programa, permite ao atleta adaptar os seus músculos ao tipo de treino que tem como objectivo.

 

O Compex e as sessões de Treino

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Está cada vez mais em voga o recurso a este tipo de equipamentos. Contudo, por vezes a informação acerca das vantagens e soluções acerca desta tecnologia é escassa, levando a que por vezes a sua utilização seja muito restrita à fase de recuperação e regeneração.

O recurso à electroestimulação pode ser realmente benéfico em inúmeras situações…

 

Consumo máximo de Oxigénio (VO2máx)

O VO2máx é baseado em 2 factores: o transporte de oxigénio até aos músculos ativos e a capacidade das fibras musculares em captar e utilizar esse oxigénio como fonte de energia. A EMS pode ser importante no desenvolvimento desta segunda premissa, visto que uma das características mais importantes das fibras de contração lenta é a sua enorme capacidade oxidativa (capacidade de utilizar o oxigénio para obter energia a partir dos ácidos gordos e dos carbohidratos).  Com o Compex é possível multiplicar até 6 vezes a capacidade oxidativa das fibras musculares, através da estimulação por impulso eléctrico dos músculos.

 

Limiar Anaeróbio

Corresponde à intensidade máxima que conseguimos suportar sem um incremento exponencial da concentração de ácido láctico nos músculos envolvidos no esforço. Um bom atleta de resistência consegue estender este limiar até cerca de 80 a 90% do seu VO2máx.

Combinando programas de treino de resistência e de força conseguimos incrementar a tolerância láctica. Isto, recorrendo aos 2 métodos de treino: contração voluntária e involuntária (com EMS). Isto porque o treino torna-se muito mais intenso e stressante a nível muscular, tornando também o período de recuperação pós-treino maior. O trabalho com electroestimulação permite aos atletas tolerar melhor as constantes mudanças de ritmo em superfícies irregulares como as que encontramos por exemplo no BTT ou no Trail Running.

 

Quantidade de Treino

Sendo algo que não é diretamente mensurável, é indiscutível que a quantidade de trabalho muscular realizado num treino com electroestimulação é superior a um treino “normal”. Isto porque não haver interferência da fadiga periférica e mental na contração/solicitação muscular, conseguindo o atleta assimilar mais treino por unidade de tempo. Se tivermos em conta que a fadiga mental impossibilita o trabalho a intensidades máximas em algumas sessões de treino, o recurso à electroestimulação acaba por ser uma solução importante na conquista dos nossos objectivos.

No treino por electroestimulação, os atletas conseguem estimular os grupos musculares a intensidades muito superiores, muitas vezes idênticas às que irão encontrar em provas, onde o stress competitivo obriga a solicitações musculares elevadas e mais constantes. Situação muitas vezes limitada nos treinos diários pela fadiga mental, por exemplo. Ou seja, numa situação analítica de treino não somos capazes de realizar tão repetidamente esforços de tão elevada intensidade, a não ser com o recurso à electroestimulação.

 

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Recuperação

Os programas de recuperação trazem bastantes benefícios para os atletas. Contribuem para uma mais rápida remoção do ácido láctico e outras toxinas produzidas em esforço. O processo de oxigenação contribui para uma mais eficiente recuperação das fibras musculares. O Efeito endorfínico (programa anti-dor) reduz a dor induzida pelo treino intenso. Assim, o processo de relaxamento por electroestimulação favorece uma mais rápida e eficiente recuperação, permitindo ao atleta assimilar melhor as cargas de treino e ficar mais rapidamente apto para a próxima sessão.

 

Notas finais

Os programas de treino do Compex têm todos a opção de 5 níveis de intensidade que são traduzidos em quantidade de trabalho muscular. Não é boa ideia avançar para níveis superiores, sem antes evoluir nos níveis anteriores. Deve-se respeitar uma progressão lógica inserida num planeamento bem programado. Deve-se dar o tempo suficiente para os músculos se adaptarem a esse nível de treino. Ao mesmo tempo, devemos procurar evoluir até uma elevada frequência de estimulação muscular, pois traduz um maior número de fibras recrutadas, logo mais força passível de ser gerada.

O tipo de estimulo eléctrico do Compex permite que possamos aumentar o nível de intensidade sem sentir qualquer “choque eléctrico”. A única dor que sentimos é a dor muscular!

Bons treinos! 

Tiago Aragão

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